O auto da compadecida 2 fez sua estreia no cinema. E muitos se perguntam; Ele é melhor, pior ou igual ao primeiro? Não posso te dizer com exatidão, mas aqui está minha opinião.
O auto da compadecida é um filme que a maior parte dos brasileiros já viu ou ao menos ouviu falar. Eu, particularmente, não sou a maior fã do filme. Claro, é engraçado, mas não entrou para a lista dos meus filmes favoritos. Por isso, não estava tão animada para ver o segundo, mas me senti de certa maneira surpreendida.
Nessa segunda parte, a crítica social é bem mais visível para mim. É falado sobre a seca do sertão e da corrupção política que vem com ela. Após a ressurreição de João Grilo (Matheus Nachtergaele) no primeiro filme, vemos como a religiosidade é importante para os mais necessitados, que se apoiam em qualquer sinal divino para seguir a vida com fé. O pensamento racista de João Grilo não é detalhado aqui, aqui o foco é mais em como as pessoas são capazes de se aproveitar do povo para atingirem aquilo que almejam (claro que usando aquele toque de humor). Bem como as mentiras que João Grilo é capaz de contar (com toda sua esperteza) para conseguir dinheiro.
O que eu mais achei interessante no roteiro foram as falas, muitas vezes, em formas de poemas, principalmente as do Chicó (Selton Melo). Foi arte e lindo de se ouvir como as falas se tornavam versos e então parecia que os personagens estavam recitando um poema.
Não achei o filme incrível, mas também não é um filme péssimo, ao meu ver. Em uma entrevista para a crítica de cinema Isabela Boscov, Selton descreveu o filme como um reencontro com os personagens, como uma reunião com amigos que você não via a muito tempo e, analisando por essa perspectiva, é um ótimo filme. Porém, de resto, tiveram muitas repetições no roteiro, como o novo julgamento de João Grilo, que foi algo que particularmente me incomodou. Talvez fosse a hora de termos uma despedida definitiva do personagem, ou talvez o roteiro deveria ter seguido por uma linhagem que não houvesse outro julgamento, esse que até pareceu meio raso e sem sentido.
Para um filme de duas horas, achei algumas questões não tão bem finalizadas e senti como se o filme tivesse se arrastado um pouco. Apesar de tudo, tivemos a presença de um elenco incrível, com muitos artistas renomados e de uma atuação ímpar. Vale a pena assistir, claro, mas sem muitas expectativas, tendo em mente esse “reencontro” como o Selton Melo citou.
Caso já tenha visto o filme, sinta-se livre para dizer sua opinião aqui nos comentários :)
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